quinta-feira, 14 de julho de 2016

Meu bem - Carta I

 
Meu bem a tarde morre lentamente,
E o sol sangrando o céu, já bem cansado,
Cambaleando vai todo rosado,
Desabrochar no céu lá do oriente.
 
 
O meu pensar revolve-se insistente;
E ver nós dois juntinhos, lado a lado,
Olhando esse cenário, assim bordado,
Com todo amor de Deus, divinamente.
 
 
No pulcro azul celeste te imagino,
Enquanto na igrejinha dobra o sino,
E as almas juntas vão rezar o ângelus.
 
 
Meu coração se toma de vontade,
De ter-te junto a mim, e essa verdade,
É tudo o que me resta e me seduz.
 

(Edith Lobato – 19/06/13)
 


segunda-feira, 4 de julho de 2016

Saudades

Tão cheia de saudades fui dormir.
Mas te levei comigo bem juntinho.
Debaixo dos lençóis com teu carinho,
Fiquei sonhando até me sucumbir.
 
Nas incursões do sono eu prosseguir,
Te desejando mais que raro vinho,
Que a gente toma bem devagarinho,
E sente o seu sabor nos possuir.


Assim, por esses vales noturnais,
Andei contigo pelos roseirais,
Que achei que passeávamos no céu.
 
Mas ao nascer das horas matinais,
Saudade me açoitou, bateu demais,
Então me vi sozinha, andando ao léu.
 
Edith Lobato - 08/06/2013

domingo, 3 de julho de 2016

Essa saudade

Essa saudade
Essa saudade que machuca minha vida,
E faz de mim o seu brinquedo preferido;
Tornando as horas e meus dias ressequidos,
Qual andarilho no deserto sem guarida.
 
Essa saudade que se espraia dolorida,
Pelo meu ser como ladrão, quiçá bandido.
Tem nome certo, vem do amor do meu querido,
Quando se ausenta de meu lado, é sem medida.
 
Essa saudade dói demais é tão bandida!
E faz trapaça, faz pirraça, tira a calma,
E ainda por cima, sem piedade, espreme a alma.
 
 
Essa saudade no meu ser é qual cantiga,
Que se derrama e tão fagueira ela se espalma,
E faz chorar, também sorrir e bater palma.
 
(Edith Lobato – 17/08/13)